domingo, 28 de fevereiro de 2010

Encontro Informal de Anarquistas em Campo Grande

Dia 06 de Março, Sábado, a partir das 14:00 horas, ocorrerá um Encontro Informal de Anarquistas na Praça do Canguru em Campo Grande, aberto à todos os interessados. Acontecerão trocas de materiais, conversas e apresentação do debate sobre a estruturação da Federação Anarquista do Mato Grosso do Sul. Esta reunião faz parte do processo de realização do I Encontro do Anarquismo Social no MS, evento que acontecerá em Maio em Dourados. Comp@s de todas as regiões de Campo Grande compareçam. Mais informações contate-nos: paraalem@portugalmail.pt

Encontro Informal de Anarquistas em Campo Grande
Sábado – 06 de Março
14:00 horas
Praça do Canguru
Rua Santos Dumont
Vila Planalto

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Entrevista com Resistência Suicida: Anarco Punks de Corumbá-MS


Falem um pouco da história do Movimento Anarco Punk em Corumbá:
Tivemos, na década de oitenta e meados dos anos noventa, manifestações isoladas de grupos que questionavam o “status quo” da região de Corumbá e do mundo. Era um movimento embrionário e pouco consistente. Estávamos atrelados ao movimento estudantil de esquerda, organizações partidárias de esquerda, ongs, sindicatos também de esquerda entre outras correlações dos movimentos sociais. De forma gradativa fomos entrando em contato com várias literaturas da esquerda libertária, músicas e letras de cultura geral underground que nos possibilitou ampliar nosso campo e nível de consciência... Bandas de vários estilos passaram a surgir em Corumbá: punks (movimento), hardcore, metal, crossover, black entre outras... Nossas ações passaram a ser organizadas, fazíamos enfrentamentos em greves apoiando professores, ferroviários, enfermeiros, servidores da prefeitura de Corumbá... , o Grito dos Excluídos. Apoiamos em vários contextos o movimento sem-teto, o movimento dos sem-terra, dces de esquerda... No decorrer das nossas lutas e processos sociais, tivemos vários refluxos e perdas lastimáveis: drogas, consumo pop, pressão social (família, casamento, grana, fama...). Mantivemos contato com o Movimento Anarco Punk através do nosso camarada ratopunk(Marcos) que levou nossas idéias e material da banda RS. Apesar das grandes dificuldades que enfrentamos, estamos nos reorganizando e voltando para nossas lutas fundamentais.
“O que se poderia pensar, ou então dizer de jovens que nasceram em uma região de fronteira, lugar da rota e do consumo de drogas (Brasil/Bolívia)? Ou então numa cidade provinciana, tradicional e perversa como Corumbá, onde impera a arrogância gananciosa dos “reis do gado e de gente”, os coronéis fazendeiros? Como exigir a participação política desses jovens, quando o principal mal parte dos criminosos políticos e corruptos? Alguém conseguiria entender, hordas de jovens viciados e aidéticos (zumbis!termo discriminatório usado pela mídia burguesa) que roubam e matam, vítimas do sistema repugnante e execrável?? A resposta seria certa! A juventude reproduz as mazelas sociais imposta pela poder do Estado e por suas estruturas. Entretanto a juventude corumbaense, a exemplo dos jovens no mundo inteiro resistem! Não se rendem e criam vários elementos de combate anti-sistema... O grande exemplo, é a formação de bandas de vários estilos no underground, Punk, Heavy, Death, Black entre outros. Bandas essas influenciadas pela remanescente avalanche cultural underground de 80/90 mostraram postura e conduta. Muitos jovens da região tiveram contato com bandas, shows, material punk e anarquista e da esquerda em geral, definindo assim suas influências. O legal de tudo, é que a partir desse contato, o reflexo participativo da cultura “marginal” tornou-se expressivo e muito mais participativo. Bandas que começaram a surgir carregadas de letras críticas e subversivas, questionando o sistema e propondo uma nova sociedade para se viver... Pode-se dizer que o Rock underground foi o “divisor de águas” para uma nova forma de pensar, agir e se expressar conscientemente”.



E o Resistência Suicida quando surgiu? Qual o principal objetivo do grupo?
A Resistência surgiu em 1994 se não me falha a memória, com o objetivo de levar as idéias de luta e liberdade social contra o sistema capitalista. Esse fragmento do histórico da banda, fala um pouco das nossas músicas e propostas. O nome Resistência Suicida é uma homenagem a todos os trabalhadores (mulheres, homens e homossexuais), líderes ativistas que lutaram e lutam por igualdade e justiça libertária.
“A História da Resistência Suicida, não se resume apenas em seus dois cd-demo: 1°/2005. “Exploração Real $$$” e no 2°/2007 “Jamais ceder ao inimigo...”. Nossa trajetória remonta ao ascendente Movimento Underground da década de 1980 e início da década de 90, períodos de contato com material underground estrangeiro e nacional da época (Ramones, GBH, Coletânea Grito Suburbano e Sub entre muitos outros). Alguns integrantes da Resistência participaram e participam da cena até os dias de hoje... Atividades culturais de esquerda, ações humanitárias, protestos e greves, panfletagens, encontros, shows, fazem parte dessa luta. Iniciava-se um vasto trabalho de composições próprias, carregadas de ódio ao sistema... A primeira formação da banda estava assim composta: Bateria(Angélica-1°baterista feminina da região)- Guitarra(Deeney)-Vocal/Baixo(J.Lourenço).Posteriormente, assumia a Bateria (Rato Punk-Marcos).
Iniciando o primeiro trabalho para divulgação, foi lançado a Demo/Ensaio em 1997, que saiu na Compilação Punks Invaders – II de 1999 (com as músicas: Exploração Real, Suor poupa Sangue, Arquivo de Guerra...). Devido a problemas financeiros, o 1°CD-Demo/intitulado: “Exploração Real” só foi lançado em Abril de 2005,onde a Resistência apresenta 05 músicas próprias e um cover (DHC). Esse cd-demo reflete a base crítica anti-sistema da banda. Era uma nova etapa de concepção na banda. A partir dessa fase e com novos integrantes, a Resistência partiu para novas composições,trabalhos e contatos. Iniciava-se um novo período e o 2°CD-Demo/ “Jamais Ceder ao Inimigo...” ,estava para ser lançado...” “Atualmente em sua nova formação, a Resistência Suicida encontra-se com: Felipo (batera)*Giovane (guitarra)*Gabriel (baixo/vocal)*J.Lourenço (vocal). Essa nova formação manteve a linha e o peso da concepção proposta no seu início. No seu novo trabalho em 2007, a Resistência lança o seu 2°CD-Demo/Intitulado: “Jamais ceder ao Inimigo”, com dez músicas, 09 próprias e um cover (Sacrifício). Esse cd marca realmente a nova fase da banda, com influência musical de cada integrante, sem perder a sua essência e concepção. Músicas elaboradas na vertente tradicional Punk/hardcore. Muita podreira auditiva como: Trabalho/Mentiras/Resistência/Proletariado/DestruamUSA/ Cérebros Drenados, entre outras,vale a pena conferir.”


Como é a relação do Resistência e do MAP com outras correntes da cultura underground?
O legal em Corumbá, que por mais que estejamos isolados geograficamente dos chamados “grandes centros”, mantemos uma relação de união com outras correntes do underground musical/cultural/social: black, heavy, hard, rockeiros, esquerdistas, ativistas, entre outros. Organizamos eventos quase sempre em coletivo para poder acontecer mesmo, pois por aqui tudo é + difícil.


Além dos eventos ligados à contracultura, que outras atividades e lutas vocês vêm participando?
Estamos preparando o nosso zine do pântano(al), estamos na organização de um show beneficiente para nossas amigos menos favorecido (excluídos mesmo),estamos em contato com nosso amigos punks da Bolívia para uma série de atividades e também a organização do VII ENCONTRO UNDERGROUND DE CORUMBÀ( nossos irmãos punks da Bolívia e do Peru participaram do VI encontro em 2008) e também com a nossa família.


O que vocês pensam sobre a proposta de estruturação da Federação Anarquista do Mato Grosso do Sul?
Teríamos uma linha de atuação mais organizada, poderíamos unificar nossas lutas e sermos realmente "coletivos". Atuar em ação direta é muito importante , entretanto quando agimos de forma cooperativa , mútua e coletiva temos mais força. A história de (luta) todos os movimentos sociais é reflexo de um todo. Temos que levar para as escolas, portas de fábricas, igrejas, terminais rodoviários, estádios... onde o sistema realmente "trabalha" de forma perniciosa o processo da alienação e do consumo, nossas idéias e propostas mais amplas a nível de conscientização libertaria. Temos de deixar de lado as "vaidades" teóricas que só nos separa e partirmos para as lutas e ações pelos mais pobres, pelo planeta(meio ambiente), pelas mulheres, homens e todos os excluídos desse sistema .


Agradecemos a entrevista e saudamos nossa aproximação e união. O espaço é de vocês:
Dizer-lhes que estamos em uma luta árdua desde que nascemos. Ao respirar este ar impuro e contaminado pelos gananciosos políticos capitalistas, já estamos sobrevivendo... Vamos ajudar nosso planeta e consequentemente a nós mesmos. Agradecemos ao PAEM por nos ceder esse espaço e por todos seus esforços em contactar os anarquistas do MS. Saúde e resistência !!!!


Contatos: giovanni-resisti@hotmail.com
Rua Felicidade, 28, Bairro Popular Nova
Cep: 79321-051
Corumbá/MS



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

As sociedades complexas precisam do Anarquismo


Escrito por Sam Dolgoff, publicado originalmente na obra The Relevance of Anarchism to Modern Society, extraído do livro A Relevância do Anarquismo para a Sociedade Moderna, lançado por Faísca publicações em 2005.


É um erro assumir que os anarquistas ignoram a complexidade da vida social. Pelo contrário, os anarquistas clássicos sempre rejeitaram aquele tipo de “simplicidade” que dissimula a arregimentação em favor da complexidade natural que reflete a riqueza e a diversidade multifacetadas da vida social e individual. O matemático cibernético John B. McEwan, ao escrever sobre a relevância do anarquismo para a cibernética, explica:

“Socialistas libertários, sinônimo para os anarquistas não individualistas, especialmente Kropotkin e Landauer, mostraram uma compreensão antecipada da rede complexa de mudança de relacionamentos, envolvendo muitas estruturas de atividades e apoio mútuo correlativos, independente da coerção autoritária. Foi contra essa prática que eles desenvolveram suas teorias de organização social [...].”

Uma das maiores contribuições de Proudhon para a teoria anarquista e para o socialismo em geral foi a idéia que a verdadeira complexidade da vida social necessita a descentralização e a autonomia das comunidades. Proudhon sustentava que “por meio da complexidade de interesses e do progresso das idéias, a sociedade é forçada a renunciar ao Estado [...] abaixo do aparato do governo, sob a sombra de suas instituições políticas, a sociedade estava produzindo sua organização, lenta e silenciosamente, fazendo para si mesma uma nova ordem que expressava sua vitalidade e autonomia[...].

Da mesma forma que seus antecessores, Proudhon e Bakunin, Kropotkin elaborou a idéia de que a verdadeira complexidade da vida social precisava da descentralização e da autogestão da indústria pelos trabalhadores. A partir de seus estudos da vida econômica na Inglaterra e na Escócia, ele concluiu:

“Produção e troca representavam uma tarefa tão complicada que nenhum governo (sem estabelecer uma ditadura burocrática, ineficiente e incômoda) estaria apto para organizar a produção, se os próprios trabalhadores, por meio de suas associações, não fizessem isso em cada ramo da indústria; em toda produção surgem diariamente milhares de dificuldades que [...] nenhum governo pode esperar prever [...]. Somente os esforços de milhares de inteligências trabalhando sobre os problemas podem cooperar no desenvolvimento do novo sistema social e encontrar soluções para as milhares de necessidades locais.”

Descentralização e autonomia não significam a divisão da sociedade em grupos economicamente auto-suficientes, isolados e pequenos, o que não é possível e nem desejável. O anarquista espanhol Diego Abad de Santillán, Ministro da Economia no período inicial da Guerra Civil Espanhola (dezembro de 1936), relembrou alguns de seus companheiros:

“Definitivamente precisamos perceber que não estamos mais [...] em um pequeno mundo utópico [...]. Nós não podemos conceber nossa revolução econômica em nível local; a economia local pode apenas causar privação coletiva [...]. A economia é hoje, um vasto organismo e todo isolamento deve provar-se prejudicial [...]. Devemos trabalhar com um critério social, considerando os interesses de todo o país e, se possível, de todo o mundo [...].

Deve-se chegar a um meio-termo entre a tirania sufocante da autoridade desenfreada e o tipo de “autonomia” que conduz ao insignificante patriotismo local, à separação em pequenos grupelhos, e à fragmentação da sociedade. A organização libertária deve refletir a complexidade das relações sociais e promover a solidariedade nas proporções mais amplas possíveis. Isso pode definir-se como federalismo: coordenação por meio do livre acordo – local, regional, nacional e internacionalmente. [Isso consiste em] uma enorme rede coordenada de alianças voluntárias compreendendo a totalidade da vida social, na qual todos os grupos e associações usufruam os benefícios da unidade ao mesmo tempo em que exercitam sua autonomia dentro de suas próprias esferas de ação e expandem a extensão de sua liberdade. Os princípios organizacionais anarquistas não são entidades separadas. A autonomia é impossível sem a descentralização, e a descentralização é impossível sem o federalismo.

A crescente complexidade da sociedade faz o anarquismo mais e não menos relevante para a vida moderna. É precisamente essa complexidade e diversidade, e acima de tudo sua preocupação central pela liberdade e pelos valores humanos, que levaram os pensadores anarquistas a fundamentar suas idéias nos princípios da difusão do poder, autogestão e federalismo. O grande atributo da sociedade livre é que ela é auto-regulada e “traz dentro de si as sementes de sua própria regeneração”. (Martin Buber) As associações autogovernadas serão flexíveis o suficiente para ajustarem suas diferenças, corrigirem-se e aprenderem com seus erros, experimentar novas e criativas formas de vida social e, por meio disso, chegar a uma harmonia verdadeira em um plano humanístico mais alto. Erros e conflitos restritos à alçada limitada de grupos com objetivos especiais podem causar danos limitados. Porém, as decisões criminais e os erros realizados pelo Estado e outras organizações centralizadas de forma autocrática, que afetam nações inteiras, e até mesmo o mundo todo, podem ter as conseqüências mais desastrosas.

A sociedade sem ordem (como o significado da palavra “sociedade”) é inconcebível. Porém, a organização da ordem não é monopólio exclusivo do Estado. Pois, se a autoridade do Estado é a única garantia da ordem, quem irá vigiar o vigia? O federalismo é também uma forma de ordem que precedeu a autoridade do Estado. Porém, essa é uma ordem que garante a liberdade e a independência de indivíduos e associações que constituem as federações, livre e espontaneamente. O federalismo não é como o Estado, nascido a partir do desejo do poder, mas sim o reconhecimento da inelutável interdependência da humanidade. O federalismo surge dos desejos pela harmonia e solidariedade.

* Publicado na edição de Janeiro/Fevereiro de 2010 do jornal O Libertário, informativo do PAEM.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Pela Federação Anarquista do Mato Grosso do Sul


Nos últimos anos o Anarquismo tem despertado o interesse de cada vez mais pessoas no Mato Grosso do Sul. Grupos de estudo, pequenas publicações, intervenções culturais e trabalhos sociais vêm sendo iniciados e desenvolvidos, sob a bandeira do Anarquismo, em todas as regiões do estado. Este fenômeno, que em seu início foi fomentado especialmente por movimentações de juventude como contracultura e movimento estudantil, abriga agora novas frentes e possibilidades graças à inserção de seus participantes nos espaços sociais mais amplos e diversos. No campo e nas cidades do MS, graças à influência dessa atuação, trabalhadores vêm conhecendo e adotando, dentro de sua realidade, posturas, práticas e idéias defendidas pelo movimento anarquista. Obviamente este cenário deve ser relativizado pela dispersão destas pequenas forças libertárias, pela juventude de sua militância e pelo contexto de grande refluxo organizativo das classes oprimidas sulmatogrossenses no momento.
Desde a fundação de nosso coletivo, em 2006, temos buscado mapear e entrar em contato com estas experiências de anarquistas no estado e, atualmente, temos incentivado a discussão sobre a necessidade e a viabilidade de estruturação de uma organização federativa anarquista no MS. Recebemos contatos de grupos, iniciativas e indivíduos de Corumbá, Campo Grande, Ponta Porã, Paranaíba, Caarapó, só para citar algumas das cidades aonde companheiras e companheiros vem construindo, em seu dia-a-dia, a cara do Anarquismo sulmatogrossense.
Historicamente o Mato Grosso do Sul não conta com forte tradição de movimentos socialistas, sendo que os movimentos sociais foram sempre hegemonizados pelo PT, o que além de fazer com que as classes oprimidas estejam hoje num cenário de grande refluxo organizativo, faz também com que o incipiente movimento anarquista do MS busque suas raízes e inspirações nas lutas de resistência dos povos originais (indígenas), comunidades tradicionais e camponeses pobres. Estas lutas podem ser constatadas em toda a história conhecida da gente que habitou e habita este pedaço de chão, sempre enfrentando a fúria e a parasitagem de latifundiários, burgueses e políticos.
Hoje existem anarquistas atuando em sindicatos, movimentos de luta pela terra, movimento estudantil, movimentos comunitários e de bairro, contracultura, apoio aos povos originais e comunidades tradicionais e em movimentos reivindicativos diversos. Contudo estas iniciativas e militantes estão dispersos pelo estado, muitas vezes sofrendo com o pesado fardo do isolamento, vendo sementes e trabalhos serem abortados devido, especialmente, à falta de uma efetiva organização que possa unificar, fortalecer e coordenar estas atuações. A necessidade desta organização é óbvia a todos aqueles que realmente acreditam e dedicam-se à luta popular. Por isso, para suprir esta demanda tão urgente, estamos buscando abrir e ampliar o debate sobre a estruturação de tal organização, propondo a construção da Federação Anarquista do Mato Grosso do Sul.
Existem diversas experiências que vem sendo construídas, principalmente Brasil a fora, que podem nos servir como ponto inicial de referência e acúmulo para este projeto, porém acreditamos que não devemos nos apegar a nenhuma fórmula ou receita feita, mas sim buscar dar a estrutura para a concretização das experiências que já existem e vem se formando no MS, respeitando as particularidades dos companheiros de nosso estado e apoiando-se em nossa própria realidade para que esta nossa Federação Anarquista venha a ter uma real inserção e apresente-se como alternativa viável para a articulação de luta do povo trabalhador sulmatogrossense.
Temos clareza também de que o Anarquismo é reivindicado por diversas concepções teóricas e práticas, o que faz com que, para este projeto que discutimos aqui, utilizemos e defendamos o conceito de Anarquismo Social, em detrimento do que chamamos de correntes de auto-ajuda libertária, às quais não negamos sua importância, porém entendemos que é na luta popular de nossa gente que encontra-se o terreno fértil para o semear e o brotar de nossa Revolução Social.
Contudo não pretendemos apresentar um projeto fechado, que já esteja pronto antes mesmo da adesão dos grupos, mas sim queremos buscar uma construção coletiva com as companheiras e companheiros de todas as regiões do MS, a partir de um processo de mútuo conhecimento e de articulação por afinidade inicialmente, para a partir daí construirmos a unidade teórica, prática e programática tão necessária para a consolidação, ampliação e fortalecimento deste projeto.
As conversas estão acontecendo, este jornal será um dos divulgadores e órgãos de mídia desta movimentação, e pretendemos em breve realizar o I Encontro do Anarquismo Social no MS, para o firmamento desta aliança e o avanço deste processo. Companheiras e companheiros de todo o estado que desenvolvam atividades militantes ou que tenham vontade de iniciar entrem em contato. Solidariedade e respeito como princípio, organização e luta como meio, e liberdade e igualdade como fim. Pela Federação Anarquista do Mato Grosso do Sul!